Você já ouviu falar de “lovemarks”? Na tradução literal, seria “marca de amor”. Na
verdade, é bem mais do que isso. É
uma marca que cria lealdade além da razão. Ao nos depararmos
com ela, a reconhecemos imediatamente, pois faz os nossos sentidos se aguçarem
e se diferencia de outras marcas.
Esse conceito foi criado por Kevin Roberts, atual CEO
mundial da Saatchi & Saatchi, uma das maiores agências de publicidade do
mundo, que se define como uma empresa de ideias transformadoras que favoreçam o
desenvolvimento sustentável dos clientes. É autor de três livros, dois
abordando as “lovemarks”.
Segundo Kevin Roberts, as marcas, na
concepção tradicional da palavra, não existem mais. Tornaram-se commodities.
Para que uma marca se diferencie, tem que se tornar uma “lovemark”.
Não dê tanta importância aos dados, às informações e
às pesquisas que são feitas. Tudo isso é importante, mas é algo que todos podem
ter. Não é o que faz a diferença. “Vá para a selva, não para o zoológico.
Observe as coisas. Passe um tempo com seu cliente. Sinta. Viva a vida junto.
Temos que buscar revelações, por meio das empatias, dos sentimentos, das relações.
Devemos manter a mente flexível”, sinaliza Roberts.
Segundo Kevin Roberts, as marcas, na
concepção tradicional da palavra, não existem mais. Tornaram-se commodities.
Para que uma marca se diferencie, tem que se tornar uma “lovemark”.
Figura 02-Capa do livro lovemarkes.
O eixo de amor e respeito pode
e deve ser usado, inclusive, em todas as nossas avaliações de relacionamentos
pois, conforme Kevin Roberts, 80% de nossas decisões são definidas pelas
emoções.
Se dividirmos todas as coisas em quatro quadrantes, temos:
Se dividirmos todas as coisas em quatro quadrantes, temos:
- Baixo respeito e baixo amor =
commodities.
- Baixo respeito e alto amor =
modismos.
- Alto respeito e baixo amor =
boas marcas.
- Alto respeito e alto amor = “lovemarks”.
E
tudo isso sem esquecer a sustentabilidade.
É importante defender ou trabalhar a favor de uma
causa.
- Entregue algo que não tem preço. As entregas têm que
refletir os valores do consumidor. Para tanto, temos que:
a) Surpreender com o óbvio. Muitas vezes, por causa de
custos, segurança ou medos, perdemos a possibilidade de armar surpresas. Cada
vez mais a inovação é um valor necessário, principalmente se considerarmos a
grande quantidade de marcas existentes, a concorrência crescente e a ação da
mídia.
b) Respeitar o estilo de vida dos clientes. Essa é,
também, uma questão de respeito. E respeito é fundamental.
c) Ter uma visão estendida, de longo prazo. O
imediatismo, muito presente no mundo atual, não contribui para um valor agregado
maior.
d) Inspirar a todos, para buscarmos tornar o mundo
melhor.
Com essas premissas, podemos chegar a construir uma
“lovemark”. Mas que só será realmente uma “lovemark” se conjugar três elementos
essenciais:
1) Mistério.
Tem que haver mistério. Nem tudo pode ser programado. O mundo das telas
(computadores, TVs, celulares) é bem diferente do mundo real. E o mundo real
nos traz muitas histórias. “O contador de histórias será o profissional mais
valorizado no século XXI”, salienta Robers.
2) Sensualidade.
Sentimos as coisas, na vida, por intermédio dos cinco sentidos.
Então, a publicidade e o marketing não podem desprezar sensações como cheiros e
gostos, por exemplo.
3) Intimidade.
A intimidade é um sentimento de cumplicidade. Significa empatia de sentimentos,
paixão e compartilhamento de crenças.
Essa última questão provoca uma incursão reflexiva de
Kevin Roberts. “A vida é para ser partilhada. Sempre temos que nos perguntar,
quando lançamos uma ideia, como as pessoas irão compartilhar isso, como irão
passar adiante. Temos que ter isso sempre em mente. E sempre com bom
humor. Nunca devemos perder o senso de humor”.
HSM 18/08/2009
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